terça-feira, 13 de novembro de 2007

Me deixa acreditar no horóscopo – Liliane Prata

Adoro me definir como uma pessoa bem libriana. Porque eu sou, mesmo. Sou indecisa, fico eufórica quando estou bem e miserável quando estou mal, sou meio volúvel, etc. Claro, quando leio em algum lugar o perfil dos librianos, sempre tem alguma característica com que eu não me identifico, mas é só ignorar essa parte (ou culpar meu ascendente!) e pronto: continuo vivendo feliz por me encaixar num signo. Sei meus defeitos, minhas qualidades, o que devo aprender ou evitar... Quer coisa mais prática?
Bom, mas vamos ao ponto porque estou enrolando, para variar. Numa manhã qualquer, li no horóscopo que os librianos teriam um dia horrível, ruim mesmo. Em pouco tempo, eu já nem me lembrava mais daquilo. Mas eis que, à tarde, eu lembrei. E, para piorar (ou melhorar), meu dia estava sendo incrível! Fiquei com aquela incoerência na cabeça ate que resolvi fazer uma pesquisa: por um mês, eu consultaria meu horóscopo só à noite para ver se ele mais acertava ou errava. Para começar, listeis meus horóscopos preferidos. Sim, porque eu não leio só o do jornal, mas de pelo menos três sites. Pois bem: por um mês, após ler e anotar as previsões, fiz gráficos, planilhas e cheguei a três conclusões. Tudo bem, tudo o que eu fiz foi anotar as previsões e confesso que, bem, esqueci de fazer isso alguns dias... Mas, enfim, vamos aos resultados.
Minha primeira conclusão foi que os horóscopos precisam se decidir. No mesmo dia, enquanto um falava que eu precisava focar no trabalho, outro me garantia que o ideal seria um dia de ócio total (o que era complicado, já que li isso em plena terça-feira, mas enfim). Minha segunda conclusão foi que, mesmo nos dias em que tinha,digamos, um trânsito X no planeta Y e todas as previsões eram mais ou menos as mesmas para os librianos... Nem sempre elas batiam. Às vezes, encaixavam certinho no meu dia. Outras vezes, EU as encaixava com uma certa boa vontade... e, em alguns casos, elas não tinham naaada a ver.
No fim das contas, percebi que não faz muita diferença ler meu horóscopo, já que ele erra e acerta com a mesma freqüência – assim, se eu chutar como será meu dia, vai dar exatamente no mesmo. Fiquei muito feliz com o resultado da pesquisa. Viva a ciência! Tudo bem, esqueça as minhas pretensões científicas. Mas falemos logo a última conclusão, que eu tinha dito que eram três, né? Então vamos lá: a terceira é que, independente das conclusões, eu ia continuar consultando meu horóscopo todo dia – de preferência, mais de um. Porque, afinal das contas, só de ver a palavra ‘Libra’ já fico arrepiada. E porque, afinal, eu não me importei nem um pouco de ter descoberto que meu horóscopo falha: fiquei com raiva na hora, mas logo em seguida eu estava lá, consultando meu signo. Porque, bem, eu sou volúvel, né? Como toda boa libriana!



COMENTÁRIO:

É muito interessante essa crônica. Eu, pessoalmente, leio diariamente meu horóscopo. E não só uma, mas várias definições de como será meu dia. Às vezes o horóscopo acerta, às vezes erra, às vezes ele me apavora, às vezes ele me deixa mais tranqüila... O que é natural, pois, embora cada signo tenha seu ascendente, suas características e definições, é impossível que uma mesma previsão sirva para todos nós, aquarianos, librianos, arianos... Enfim! Somos todos muito diferentes, estamos em etapas diferentes da vida, e por isso, nem sempre uma definição de horóscopo no jornal, na revista, ou na internet, vai conseguir fazer com que nosso dia seja mais difícil, tranqüilo ou agitado. Mesmo assim, continuo lendo e tirando minhas próprias conclusões de cada definição que leio. Além disso, acredito que cada um de nós pertencemos a um signo, com pelo menos alguma característica especial, peculiar e particular, que se molda a personalidade cada um de nós, acentuado assim, nossos defeitos, qualidades, características, dons, etc.

Maria Martha da Rosa – Nº26

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