domingo, 18 de novembro de 2007

Apenas humano

No mês passado, quando a morte de Che Guevara completou 40 anos, o que não faltaram foram revistas, jornais e programas de televisão falando sobre ele. O que se falava, no entanto, nem sempre era o mesmo. A revista VEJA, de 3 de outubro, por exemplo, o caracterizou como uma pessoa perversa, cruel e desumana, capaz de matar a qualquer um que aparentemente se opusesse a suas idéias. Muito diferente do Che Guevara adorado por Flávio Tavares, colunista de ZERO HORA que, em 7 de outubro, publicou uma crônica desacreditando a revista e, novamente, restituindo a imagem de Che como alguém de boa índole que acreditava e lutava por seus ideais. No entanto, nenhuma das fontes se atentou ao fato de que Che Guevara nada mais é do que um ser humano, como qualquer um de nós, que comete seus deslizes, tem seus momentos de glória, e, por vezes, é contraditório. Isso de adorar alguém é muito complicado. Às vezes acabamos adotando uma postura romântica em relação à pessoa e não vemos seus defeitos, algo que todos, sem exceção, possuem. Por outro lado, quando não gostamos de alguém temos a tendência de não reconhecer suas qualidades, outra característica que todos possuímos.. Acredito que a partir do momento em que reconhecermos que todos podem ter características positivas e negativas, passaremos a julgar e conhecer melhor as pessoas, sem nos iludirmos tanto. Foi nisso que tanto VEJA como ZERO HORA pecaram: não conseguiram retratar Che como um ser humano, e sim como alguém acima da característica humana de possuir virtudes e defeitos.


Júlia Rombaldi

Um comentário:

Débora P. disse...
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