terça-feira, 20 de novembro de 2007

O Livreiro de Cabul - outra realidade


Nós, brasileiros, costumamos lamentar a situação de nossa sociedade, criticar os governos e a justiça, criticar as vezes até as leis. Porém, após a leitura de "O Livreiro de Cabul" eu pude concluir que os brasileiros andam reclamando "de barriga cheia". Apesar das injustiças e problemas sociais enfrentados, a nossa vida (em geral) é muito boa em relação a vida das pessoas de certos países, por exemplo, o Afeganistão.
O livro mostra que neste país (não só neste como também em vários outros), além das diferenças econômicas e religiosas em relação a países como o Brasil, há também fortes diferenças da vida social, cotidiana. Há ênfase na posição social das mulheres, que sofrem muito mais do que nós brasileiras, por serem consideradas seres menos capazes e serem freqüentemente menosprezadas, criticadas, e desrespeitadas inclusive pelos próprios maridos.
A história é baseada na experiência vivida por uma jornalista norueguesa, Asne Seierstad, que ficou por um longo período hospedada na casa de uma família afeganistã, que tinha relativamente boas condições de vida (possuíam uma boa casa e uma loja, uma livraria) e mesmo assim, a jornalista pode presenciar verdadeiras atrocidades contra as mulheres da família, pois certos costumes se encontravam em todas as classes sociais.
Asne convivia direto com a família, passava praticamente todos os seus dias a observar os costumes e idéias das pessoas da casa e também outros parentes, vizinhos, amigos. Assim pôde concluir que as mulheres afegãs realmente podem ser consideradas injustiçadas, desrespeitadas. O Pai da família, que já tinha mais de 40 anos (assim como sua primeira mulher) resolveu casar-se novamente no período que Asne estava hospedada na casa. Asne pôde presenciar o sofrimento, a rejeição do marido em relação a sua primeira mulher, que se sentiu completamente abandonada (enquanto o marido divertia-se em sua lua-de-mel, na mesma casa, com a nova esposa de menor idade). Este tipo de situação é muito comum no Afeganistão, a primeira esposa sofria muito, mas tinha o dever de continuar sendo uma boa esposa, mãe e dona-de-casa. E além disso, se acostumar a conviver com a outra esposa do marido.
Asne também conta de momentos que lhe causaram revolta, que teve vontade de fazer algo para impedir o sofrimento tão grande das novas companheiras. Por exemplo, o fato de que uma vizinha adolescente, que por apenas estar num táxi junto com um menino, foi completamente espancada pelo tio que considerou sua atitude impura.
Na família, Asne era vista como um tipo de pessoa bissexuada, pois era mulher, mas era tratada com total respeito e como se fosse "tão capaz quanto um homem". Entretanto as outras mulheres da casa eram tratadas as vezes até como escravas, tinham de se submeter ás vontades dos homens, sem nenhuma saída, nenhum tipo de lei que pudesse as livrar de suas situações.
Concluo eu, que realmente nossa vida no Brasil é ótima. Aqui há punição para os casos de violência ás mulheres, e na maioria das vezes as mulheres não são consideradas menos capazes que os homens, menos capazes de raciocinar, aprender, evoluir.
Com a leitura deste livro eu resolvi pensar sempre duas vezes antes de reclamar da minha vida. É uma história que definitivamente faz com que nós, mulheres brasileiras, paremos e pensemos: Graças a Deus eu nasci no Brasil.
Júlia Molina

Um comentário:

Anônimo disse...

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